Projeto será implementado nas aldeias de Soutelo e Moura Morta
O Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares, João Miguel Henriques, assinou na passada sexta-feira o contrato de financiamento do programa “Condomínio de Aldeias – Programa de Apoio às Aldeias Localizadas em Território de Floresta”, promovido pelo Fundo Ambiental.
A cerimónia decorreu na Secretaria de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, em Castelo Branco, na presença do ministro do Ambiente Pedro Matos Fernandes e do secretário de Estado João Catarino.
O projeto prevê um investimento do Município de Vila Nova de Poiares de 53.964,13€, dos quais 50 mil euros serão financiados pelo Fundo Ambiental, para implementação do programa nas aldeias de Soutelo e de Moura Morta, até ao final do ano.
No âmbito desde Condomínio de Aldeias serão realizadas intervenções que, de acordo com o Presidente da Câmara Municipal, João Miguel Henriques, «visam reduzir significativamente o risco de incêndio, através da diversificação dos espaços florestais arborizados com folhosas autóctones de elevado potencial produtivo, além do pinheiro-bravo e do eucalipto, da adequação da floresta à crescente procura de atividades de recreio e de espaços de interesse paisagístico - de que são exemplo os recém criados percursos pedestres -, da promoção da biodiversidade e da criação de faixas ecológicas de proteção, através do surgimento de áreas de descontinuidade junto dos aglomerados populacionais».
Paralelamente, João Miguel Henriques afirma que «a implementação deste projeto pretende ainda integrar boas práticas de adaptação às alterações climáticas, através de atividades económicas que acrescentam valor na requalificação e gestão desses territórios, e, em particular, na valorização dos ecossistemas».
Nas duas aldeias em que este projeto será executado, a intervenção passará pela plantação de espécies autóctones e na recuperação da regeneração natural existente de folhosas diversas, convertendo os povoamentos mais resilientes aos incêndios e fomentando a biodiversidade existente, assim como potenciar outras práticas como a produção de fruto, através da colocação de árvores como a nogueira, o castanheiro, o medronheiro, pinheiro manso, oliveiras, freixos e amieiros, permitindo que os proprietários possam ter outras rentabilidade para além das monoculturas de eucalipto que predominam naqueles locais.
Outro aspeto a ter em conta na concretização deste projeto é a recuperação e construção de duas charcas em ambas as aldeias, permitindo um reaproveitamento das águas pluviais, assumindo-se como uma mais valia não só para as áreas agricultadas, como, e em particular, uma importante ferramenta no âmbito da proteção civil.