Data assinalou os 180 anos do decreto que criou o concelho de Vila Nova de Poiares
Habituados a comemorar a Restauração Definitiva do Concelho (1898), acontecimento que se assinala no Feriado Municipal, a 13 de janeiro, muitos Poiarenses nem sabiam que o concelho é mais antigo, e que tinha sido instituído muito antes, em 1836. Foi precisamente este motivo que esteve na raiz das comemorações de ontem, 6 de novembro, com a inauguração de uma exposição no CCP-Centro Cultural de Poiares, que ‘percorre’ os tempos desde a criação do concelho até à elevação a vila, que aconteceu em 1905.
«São tempos que muitos não conhecem e, provavelmente, nunca ouviram falar», explicou o Vice-Presidente, Artur Santos, que presidiu à inauguração, acompanhado da presidente da Assembleia Municipal, Lara Henriques de Oliveira, acrescentando que «é fundamental esclarecer alguns equívocos que se foram enraizando quanto à formação do concelho, e divulgar a nossa história e o nosso passado, que contribui para reforçar a nossa própria identidade enquanto comunidade».
A inauguração, que foi abrilhantada por alguns momentos musicais, a cargo da prof. Ana Maria Silva, teve ainda uma alocução do historiador do Município recém-reintegrado nos quadros da Autarquia, Pedro Santos, autor da própria exposição, que foi explicando os diversos momentos que Vila Nova de Poiares atravessou ao longo da sua história, dando conta da «vontade antiga em se tornar concelho autónomo e independente», o que só viria a ser realidade a 6 de novembro de 1836.
Apontando algumas justificações para tal não ter acontecido mais cedo, Pedro Santos explicou que «a influência de Coimbra e da Universidade de Coimbra não permitiram que houvesse uma desanexação efetiva, fruto das importantes rendas e tributos que estes territórios pagavam, que eram mesmo uma das maiores rendas da Universidade de Coimbra à época». «Só com a reforma administrativa de Passos Manuel, no reinado de D.Maria II, viria a ser decretada a criação do concelho de Vila Nova de Poiares», revelou.
Para o Presidente da Câmara Municipal, «é extremamente importante divulgar o nosso passado e dar a conhecer que temos muito mais história do que aquela que estamos habituados a ouvir», explicando que, «precisamente por sermos um concelho relativamente recente, não temos muitas fontes escritas sobre a nossa história». Esta é, por isso, uma aposta forte deste Executivo que, «contribuirá para inverter este desconhecimento e promover um maior conhecimento e divulgação do nosso passado, das nossas tradições, costumes e vivências, reforçando a identidade das nossas gentes e fortalecendo as nossas raízes culturais», referiu.