Investimento de 54 mil euros pretende ser uma ferramenta no âmbito da proteção civil
O Município de Vila Nova de Poiares tem já em fase de conclusão o projeto “Condomínio de Aldeias – Programa de Apoio às Aldeias Localizadas em Território de Floresta”, e que foi implementado nos lugares de Soutelo, freguesia de Arrifana, e Moura Morta, freguesia de Lavegadas.
Trata-se de um investimento na ordem dos 54 mil euros, financiado pelo Fundo Ambiental, e que, de acordo com o Presidente da Câmara Municipal, João Miguel Henriques «assenta na concretização de boas práticas de adaptação às alterações climáticas, através de atividades económicas que acrescentam valor na requalificação e gestão desses territórios, e, em particular, na valorização dos ecossistemas».,
Assim, o projeto «visa reduzir significativamente o risco de incêndio, através da diversificação dos espaços florestais arborizados com folhosas autóctones de elevado potencial produtivo, além do pinheiro-bravo e do eucalipto, da adequação da floresta à crescente procura de atividades de recreio e de espaços de interesse paisagístico - de que são exemplo os recém criados percursos pedestres -, da promoção da biodiversidade e da criação de faixas ecológicas de proteção, através do surgimento de áreas de descontinuidade junto dos aglomerados populacionais», referiu o Presidente da Câmara Municipal.
Nas duas aldeias em que está a ser executada, a intervenção passa pela plantação de espécies autóctones e na recuperação da regeneração natural existente de folhosas diversas, convertendo os povoamentos mais resilientes aos incêndios e fomentando a biodiversidade existente, assim como potenciar outras práticas como a produção de fruto, através da colocação de árvores como a nogueira, o castanheiro, o medronheiro, pinheiro manso, oliveiras, freixos e amieiros, permitindo que os proprietários possam ter outras rentabilidade para além das monoculturas de eucalipto que predominam naqueles locais.
Outro aspeto relevante é a recuperação e construção de duas charcas, em ambas as aldeias, permitindo um reaproveitamento das águas pluviais, assumindo-se como uma mais valia não só para as áreas agricultadas, como, e em particular, uma importante ferramenta no âmbito da proteção civil.
Refira-se que grande parte das intervenções realizadas aconteceram em propriedade privada, pelo que foi também muito importante a participação e envolvimento neste projeto dos respetivos proprietários que, ao consentirem a realização das ações nos seus terrenos, viram-nos valorizados sob o ponto de vista patrimonial e da sustentabilidade e resiliência ambiental.
Dada a relevância e o impacto positivo que o projeto Condomínio de Aldeias tem nos dois lugares, a Câmara Municipal pretende a curto prazo alargar este projeto piloto a outras aldeias do Concelho, que também carecem de uma intervenção que permita proteger os cidadãos e os seus haveres, ao mesmo tempo que permitirá a valorização e regeneração da mancha florestal envolvente.